Livro : Depois dos Quinze

  "Então crescemos, e aquele nosso amor platônico da escola se transforma no cara mais babaca que já conhecemos. O colegial acaba, e finalmente a hierarquia dos grupinhos populares vai por agua abaixo. Malhação vira mais um programa chato da Globo. Nosso animal de estimação começa a não ter mais tanta disposição.
  Nossas melhores amigas já não são tao melhores assim.
  Mudamos de gosto musical. Percebemos que as primas que eram bebês há ate pouco tempo já sabem dançar o funk do momento. Então amamos um cara. Logo depois aprendemos a lidar com a distancia. Conhecemos outro cara. AÍ aprendemos a dizer adeus. Então as preocupações do futuro se transformam e deixam de ver de ter a ver com garotos. Temos que decidir o que fazer da vida. Alguem que amamos muito é arrancado dela. A solidão deixa de ser só uma palavra.
  Começamos a preferir os livros sem figuras. Então vamos a faculdade. Tentando nos misturar e acabamos esquecendo o que aconteceu na noite passada. Depois de alguns meses, paramos de achar graça nas coisas que antes eram incríveis e divertidíssimas.
  Terminamos a faculdade e vamos em busca de um bom emprego. Enfrentamos horas sem dormir e longe do computador. Alguem diz que não somos boas o suficiente.
   Ligam para informar que nosso animal de estimação partiu.
   Então mudamos de emprego, de cidade, de cabelo, de guarda-roupa, de carro, de melhor amigo e, mais uma vez mudamos a maneira de ver a vida.
   Fechamos os olhos e achamos que as coisas estão mais loucas que nunca. Aí lembramos que já passamos por tudo isso que acabei de contar. Então, finalmente, adormecemos e acordamos sem nos lembrar da complexidade da coisa mais simples do mundo: viver."

- Bruna Vieira

Entre Aspas - Brenda G.

Então me desculpe. Me desculpe pelas vezes que não te dei atenção. Me desculpe pelas vezes que não consegui te fazer sorrir quando derramavas suas lágrimas. Me desculpe pelas vezes que não fui o suficiente pra te fazer bem. Me desculpe pelas palavras nunca ditas, pelas atitudes nunca tomadas, pelo “eu te amo” não dito quando foi preciso. Me desculpe pelas vezes que não soube dizer o quanto você significa pra mim ou pelas vezes que deixei transparecer a lúcida idéia de que você não é importante pra mim, porque não era a verdade, mas me desculpe. Me desculpe pelas confusões que faço dentro de você, do seu coração, cabeça, pés, mãos, tudo. Me desculpe por ser esse desastre ambulante e não ter nem um corretivo pra pelo menos tirar o grosso desse erro a caneta. Mas me desculpe de todo coração, pelas vezes que você precisava de mim e eu não estive aí, perto de você, pra pelo menos te dar um abraço e garantir que tudo iria ficar bem. Me perdoa, por favor. Por tudo. Porque eu não queria errar tanto assim com você. Mas você sabia desde o começo, que eu era essa máquina de erros. Que eu só sabia sair estragando tudo. Que eu era ciumenta, possessiva e cheia de manias incorrigíveis. Você sabia meu amor, desde o início. E ainda quis persistir em mim, acreditou que eu iria mudar. Mas eu não mudo, sou incorrigível, não tenho como mudar. Talvez, por você, melhorar um pouco. Mas corrigir? Não, meu amor, isso não é possível. Somente, me perdoe, por tudo feito ou talvez, por nada feito.

-Brenda G.

Entre Aspas : Brenda Gabryele


Eu tentei, de todas as formas possíveis e impossíveis que alguém pode tentar por alguém eu tentei por você. Eu tentei te encontrar quando você se perdia. Eu tentei te mostrar que nem tudo estava perdido, que eu estava ao seu lado. Eu tentei chamar toda a sua atenção, como se você a notasse. Ah… meu bem, eu tentei tanto por você. Tentei deixar minhas tristezas de lado e ir socorrê-lo. Eu tentei esquecer o seu passado e pensar que o seu futuro seria junto a mim e de alguma forma você sempre me lembrava de alguma ficante sua ou de alguma amiga sua que você ficou mês passado. Eu tentei enxergar em você além daquilo que você demonstrava ser. Eu tentei cavar profundamente o seu coração e me acolher em um cantinho qualquer, mas você sempre achava um jeito de me tirar de lá. Eu tentei dizer: “Me deixa ficar, me deixa te fazer feliz, me deixa, por favor, me deixa”. Mas você com seu jeito todo de pedra, todo machista e todo: “Eu sei me virar sozinho” Não deixou que eu cuidasse de você. Você não sabe o quanto eu tentei por você meu bem, eu tentei tanto. Tinha dias que colocava a minha cabeça no travesseiro e pensava: “Que merda é essa que eu to fazendo? Porque eu insisto tanto em um alguém que não quer nada comigo?”. Eu me perguntava isso as vezes e sem querer a resposta sempre vinha em minha mente: “É amor, é amor moça”. E eu lembrava de cada coisa boa sua e esquecia de cada merda que você fazia. Mas meu bem, o coração transborda as vezes, ele não aguenta tanta pressão, tanto “não”, tanta dúvida, tanto talvez. Ele se cansa de se cansar tantas vezes e mesmo assim não desistir. Eu não desisti de você meu bem, não mesmo. Seria burra se eu desistisse do motivo dos meus sorrisos e que por sinal, das minhas lágrimas também. Mas que, mesmo me fazendo derramá-las, as secava. Eu não desisti, só cansei de tentar.
— Brenda G